quarta-feira, 19 de março de 2008

SAÚDE - Mães em fúria

Foto: Divulgação
A depressão pós-parto pode ser ou não uma doença psiquiátrica. Desde que o mundo é mundo a maternidade é considerada o momento mais lindo da vida de uma mulher. A mídia e a igreja, cada uma da sua forma veicula a maternidade como algo sagrado, mágico e inigualável.
Mas infelizmente para muitas mulheres ser mãe pode não ser tão bom assim. Na verdade é algo mais complexo, já que, a maioria dessas pessoas planejo a gravidez e gostava da idéia de estar grávida.
O que acontece com essas mulheres, para rejeitarem seus filhos com que tanto sonhavam? A resposta é simples e cada vez mais comum , segundo a ginecologista Ana Luiza Ferreira
“Isso se chama depressão pós parto, que pode ser definida como um risco psiquiátrico pelo qual a mulher jamais passou. A depressão afasta a mãe do recém-nascido e pode gerar reflexos no futuro da criança, através de sua relação social com terceiros”.
Cientificamente a explicação está nos hormônios, ou melhor, na grande variação nos níveis de progesterona e estrogênio unido a uma alteração no metabolismo das catecolaminas causando alteração no humor, podendo contribuir para o quadro depressivo.
A identificação de uma mãe com depressão pós parto não é tão simples. Na semana, referente ao nascimento do bebê é normal que as mães apresentem crises de choro, fadiga, humor deprimido, irritabilidade, ansiedade, confusão e lapsos curtos de memória. As reações emocionais ocorridas no período de pós-parto se resolvem naturalmente em até seis meses, sendo que a melhor forma de cuidar da paciente é deixa que ela expresse seus sentimentos em palavras, enfatizando a normalidade da sua alteração.
“Entre 50% a 80% das mulheres que acabam de parir esses sintomas são comuns, porém deve-se prestar atenção na forma e no tempo com que esses sintomas se manifestam” afirma Ana Luiza.
Para muitas mamães esse período de tristeza absoluta tende a ser estendido,com reações emocionais psicóticas e nesses casos o acompanhamento psiquiátrico é determinante para a saúde física e metal da paciente. Os casos mais graves de depressão pós parto são conhecidos como Psicose Puerperal e Síndrome Depressiva Crônica.
A Psicose Puerperal aparece nos três primeiros meses pós-parto e se caracterizam por episódios psicóticos. Nesses casos a internação hospitalar e o tratamento com terapeutas é indispensável” conta Ana.
A Síndrome Depressiva Crônica é um episódio depressivo e não psicótico,que acarreta humor instável, distúrbio do sono, modificação do apetite, fadiga, culpa excessiva e pensamentos suicidas. O tratamento deve ser psicológico e medicamentoso, pois os sintomas podem durar até um ano.
Para Ana Luiza a Psicose Puerperal é digna de atenção “Existem casos de mães que matam filhos depois do parto, mas as psicoses puerperais são muito raras, acontecem dois casos a cada mil nascimentos”.Apesar do tratamento demorado, todo o tipo de depressão pós parto pode ser superado, desde que o papel da família da paciente seja exemplar, permanecendo ao lado e dando muito carinho a essas mamães, que logo logo voltarão a sentir os prazeres da maternidade

Perguntas que você pode fazer ao seu médico
1-Meu filho nasceu há poucos dias, estou me sentindo muito triste e incapaz de cuidar dele, isto é normal?
2-Por que a mulher tem um risco maior de crises depressivas no pós-parto?
3-Qual o período para determinar uma depressão pós-parto?
4-Qual a causa da depressão pós-parto?
5-Quando a depressão pós-parto deve ser tratada com medicamentos?

Andressa Urbick

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