Esporte - Falta de incentivo compromete o Tênis feminino

Nos últimos tempos, o tênis cresceu significativamente dentro do país. Antes o esporte era observado e praticado pelos ricos, consequentemente os poucos atletas que disputavam os campeonatos eram os que tinham um grande poder aquisitivo. Os materiais tinham alto custo como: raquete, tênis e a própria bolinha somente vindo de outros países, mas com o tempo, algumas fábricas foram se instalando no Brasil. Além disso, houve a era do Gustavo Kuerten, o jogador que mais deu visibilidade ao esporte. O Brasil tem duas fases do Tênis: antes e após Guga. Com as várias conquistas de Gustavo Kuerten o esporte foi ganhando aos poucos o povo brasileiro. Hoje vemos o esporte praticado em praças, clubes e até em alguns terrenos baldios pela cidade. Com grandes conquistas, o Brasil ficou entre os primeiros lugares do ranking mundial, e isso abriu espaço para novos praticantes.
Mas, quando se trata da categoria feminina parece que o esporte não acompanhou o mesmo ritmo do masculino. Muitas atletas de talento largam o esporte por falta de apoio, patrocínio e incentivo. Os patrocinadores querem resultado a curto prazo. Ao invés de ajudarem, acabam “sufocando” as garotas. A estudante de jornalismo da UTP Giovanna Pereira, que tem conhecimento do esporte, concedeu uma entrevista explicando pontos positivos e negativos do Tênis. Praticou o esporte por sete anos, jogou no Clube Curitibano e Paraná Clube e revela as dificuldades que todas as atletas encontram para praticar o esporte, tinha o patrocínio da Diadora e Dunlop. “O esporte é muito caro, as raquetes são caras, e eu sempre que perdia ficava nervosa e jogava no chão. Só que jogando no chão eu estragava a própria raquete. O patrocínio não cobria o gasto pela minha raiva. Tinha que comprar outra raquete. As taxas das inscrições de campeonato são altas varia muito de campeonato para o campeonato.”
Neste esporte o atleta tem que estar muito preparado. Os treinos podem ser de três horas só de condicionamento e duas horas exclusivo para treino com bola. Giovanna acredita que os homens tenham mais visibilidade, pois ,após o Guga, o esporte virou febre e muitos meninos queriam praticar. Os empresários e investidores acreditam que o Tênis conta mais com a força do que com técnica. Isso ajuda os meninos a terem mais recursos que as meninas. No Brasil ainda não há esta visão, no entanto, em outros países o Tênis é ligado às mulheres bonitas e sensuais, que usam as roupas curtas e muito bem desenhadas. Para Giovanna, o que falta para aparecer uma mulher com o mesmo potencial do Guga é investimento; com investimento, mais pessoas iriam praticar o esporte. Por ser muito caro e principalmente de impacto, os praticantes se machucam muito fácil e cada recuperação leva um tempo. Para uma tenista chegar ao topo,ela precisa disputar os melhores campeonatos e ganhando tudo. Assim conseguirá um destaque no esporte. “Por isso que eu digo: o que falta para ter uma grande tenista no Brasil, é um incentivo, um grande patrocinador que acredita em alguma menina, mas isso a longo prazo. O esporte trabalha com resultado a longo prazo.” Giovanna só parou de jogar porque machucou o joelho e quebrou o cotovelo. Tudo isso levaria um bom tempo para que ela se recuperasse e como já não agüentava mais as rotinas de fisioterapia e do preparador físico ,preferiu largar o esporte. E para novas praticantes ela alerta: “sou suspeita pra falar, mas digo, não há esporte melhor para o corpo e a alma: trabalha o nervosismo, o emocional e principalmente a parte atlética. Aconselho a todos a praticarem.”

(Eduardo Siqueira)